Bagagem


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Achou que a terceira pessoa lhe caia bem, mas o relógio (da vida) parou de funcionar por falta de cuidado, e o tempo se perdeu entre eles.
Uma folha foi rasgada ao meio, cada pedaço partiu-se para direções opostas (assim como todo mundo espera que seja) e a usaram para rascunho, que ficou borrado, sujo, com letrinhas rabiscadas ou com imagens mal feitas, e sem vida esse papel ficou desgastado.
Usou a voz dos mudos e a máscada do teatro, chorou no violão notas pra ninguém, e fez um som desagradável, assim como ardem suas palavras de tocar no assunto.
Pendurou no seu museu de lembranças, porém não deixou-se levar pelo esquecimento e guardou entre sólidas paredes do coração.
Só deixou pendurado para que não possa esquecê-lo, porque talvez ela ainda se importe com a bagagem que carrega na mente e no coração.

(Vivian Fernanda)

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